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Segundo Prefeito Constitucional da
Cidade de Lagoa de Velhos
Prefeito: João Evangelista
Ribeiro
Vice-Prefeito: Maclidones
Costa
Partido: ARENA
Posse:
31-01-1969
No dia 09 de setembro de 1969, pela Lei N° 5175, o Governo do Estado do
Rio Grande do Norte decretou intervenção no município de Lagoa de Velhos, tendo
em vista a decisão unânime do Tribunal de Contas do Estado, expressa na resolução numero 02/69, que solicitou aquela
medida do executivo, em virtude de não prestação de contas do Prefeito
Municipal, referentes aos exercícios de 1967 e 1968. De acordo com o citado
Decreto, a intervenção atingiu os órgãos executivos e Legislativos e teria a
duração de 90 dias para processar a apuração dos dados e o levantamento das
contas municipais.
Foi nomeado interventor, pelo mesmo Decreto, o Sr. Marcos
Aurélio de Sá, que tomou posse perante o Governador do Estado, o Mons. Walfredo
Gurgel, no dia 11 de setembro de 1969. Somente no dia 15 de janeiro de 1970, o
Interventor Marcos Aurélio de Sá daria por encerrado o seu trabalho. Na mesma
data, o Prefeito João Evangelista Ribeiro reassume as suas funções, para, logo
a seguir, apresentar a sua renúncia ao referido cargo, tendo sido na mesma
data, empossado nas funções de Chefe do Executivo Municipal o Vice-Prefeito
Maclidones Costa, que Completou o período administrativo até 31-03-1973.
O
ex-prefeito João Evangelista Ribeiro já era falecido, por ocasião de nossa
pesquisa, sendo desta forma, o único chefe do executivo municipal desaparecido
antes da publicação desta historia.
Durante este período administrativo
ocorreram as seguintes realizações:
Aquisição de uma Caminhonete, para o
Gabinete do Prefeito.
Construção, com recursos do MEC, de
Três escolas Rurais, que estão localizadas em: Queimadas – Escola José Ferreira
da Rocha: Umari _ Escola Presidente Café Filho e Malhada Redonda – Escola
Presidente Costa e Silva.
Construção do Matadouro Municipal.
Compra do Prédio onde funciona a
prefeitura Municipal.
Compra de novo equipamento para o
motor bomba do poço tubular.
Construção da Muralha do prédio do
Grupo Escolar Aluizio Alves.
Compra de Material para a construção
de uma lavanderia pública.
Construção do prédio para a Junta do
Serviço Militar.
Vídeo da Nona Edição da Cavalgada. Temos nesse vídeo o prefeito da cidade, "o senhor Igor Araujo" Comentado sobre futuros projetos para a cidade de Lagoa de Velhos. Apresenta nesse vídeo a nona edição da Cavalgada da cidade de Lagoa de Velhos, no ano de 2013 com a apresentação de "valeu o boi".
Em 1923, Natal conheceu Fabião das
Queimadas Rostand
Medeiros · Natal, RN
Em 13 de dezembro de 1923, o jornalista e advogado Manoel
Dantas, com o pseudônimo de "Braz Contente", publicou no jornal
"A Republica", uma nota intitulada "Coisas da Terra", onde
noticiou que "estava sendo organizada uma grande quermesse, que ocorreria
na noite de natal e teria lugar nos jardins do Palácio do Governo. Esta era uma
iniciativa de senhoras da sociedade local, que buscavam ajudar o Instituto de
Proteção e Assistência a Infância a construir o Hospital das Crianças".
O edifício estava sendo construído na avenida Deodoro,
idéia do médico Manoel Varela Santiago Sobrinho para atender às camadas mais
carentes da população. Por esta época, eram altíssimos os índices de
mortalidade infantil na capital, devido às precárias condições de higiene e do
atendimento à saúde pública. Estes problemas incomodaram uma parte da sociedade
local, que se disponibilizou a ajudar.
À frente desta iniciativa se destacou a figura da poetisa
Palmyra Wanderley, que em 1923 era uma das mais conceituadas intelectuais da
terra, possuía uma cultura elevada, vinha de uma família de intelectuais, sendo
assídua colaboradora em jornais e revistas, tanto potiguares como de outros
estados.
Junto com a liderança de Palmyra, mais de 50 mulheres se
engajaram nesta obra. Não deixa de ser interessante que, em meio a uma cidade
onde predominava a família patriarcal e o machismo, se observa esta
participação feminina. Foi publicada uma lista com os nomes destas
participantes, onde se percebe que a grande maioria destas mulheres faziam
parte da elite natalense. Um grupo delas chegou inclusive a sair pela Natal de
25.000 habitantes, para vender as entradas da quermesse, pelo preço módico de
2$000 réis.
Como atração principal, Palmyra decidiu não colocar algum
artista declamando poesias clássicas, ou algum instrumentista tocando alguma
peça européia, ou ainda artistas vindo de outras capitais. Sua decisão foi por
um artista potiguar, já com uma certa idade, um poeta que declamava seus versos
junto com uma rabeca, além de tudo negro e ex-escravo. Estamos falando de
"Fabião das Queimadas".
Fabião Hermenegildo Ferreira da Rocha nasceu escravo, em
1850, na Fazenda Queimadas, do coronel José Ferreira da Rocha, no atual
município de Lagoa de Velhos (RN). Começou a cantar durante os trabalhos na
roça. Tornou-se tocador de rabeca, tendo adquirido seu instrumento aos 15 anos,
com o apoio do dono, que permitia e incentivava que ele cantasse nas casas dos
mais abastados da região e nas feiras. Conseguiu angariar algum dinheiro que,
aos 28 anos, possibilitou comprar a sua alforria. Era analfabeto, mas criava
versos, como o "Romance do boi da mão de pau", com 48 estrofes. Suas
composições apresentam traços dos romances herdados da idade média.
Em 1923, Fabião das Queimadas já era conhecido e respeitado
no estado, onde no início do período republicano manteve ligações com políticos
da terra, emprestando seus talentos ao criar versos que serviam, ora para
enaltecer os amigos poderosos, ora para denegrir seus adversários. Já suas
apresentações em Natal, aparentemente eram raras ou restritas a residências de
particulares que gostavam da prosa sertaneja.
"A Republica", de 19 de dezembro, em novo texto
assinado por "Jacinto da Purificação", trouxe uma extensa reportagem
sobre o cantador, onde buscavam apresentá-lo a cidade; comentou como no passado
Fabião havia conquistado sua liberdade, "que a fama de Fabião corria
mundo", mas ressaltou "que o seu estrelato alcançava aquele mundo que
não ultrapassava as fronteiras da nossa terra".
Em 1923, a expectativa de vida dos mais pobres no Brasil
mal chegava aos 60 anos. Fabião, então, com sessenta e dois anos, era
considerado com "ótima lucidez, perfeita memória e bom timbre de
voz". Afirmou-se que era "verdadeiramente um desses milagres para os
quais a ciência não encontra explicação". Informaram que "aquilo que
Fabião chama de sua obra", certamente daria um volume com mais de 300
páginas. Algumas destas obras haviam sido criadas pelo cantador 55 anos antes,
em 1868. Para recitá-los ou cantá-los, junto com sua inseparável rabeca, ele
utilizava apenas sua privilegiada memória.
Uma passagem interessante comentava que certa ocasião, um
amigo mais chegado lhe perguntou como ele criava e guardava seus versos. Na sua
simplicidade, o cantador disse que "quando eu quero tirar uma obra, me deito
na rede de papo prá riba, magino, magino e quando acabo de maginar, está
maginado pru resto da vida".
Chamou atenção do autor do texto como Fabião era um
sertanejo dotado de uma imensa bondade, pois lembrava saudosamente do seu
antigo senhor, José Ferreira. Em uma passagem, o autor conta uma história onde
Fabião rebate uma crítica feita ao seu antigo amo, por não tê-lo mandado à
escola quando jovem, ao que o cantador comentou; "meu senhor foi sempre
homem de muito tino e ele bem sabia que se me tivesse mandado ler e escrever,
quem o vendia era eu".
O final do texto de "Jacinto da Purificação",
deixa transparecer um certo receio de fracasso ante a apresentação do poeta,
que estava "descolado do seu meio". Colocava entretanto que,
"qualquer que seja a sorte da prova que se vai suceder, Fabião para nós
será sempre o velho genial".
A festa começou às dezoito horas do dia 24 de dezembro, uma
segunda-feira. Um dos paraninfos era o então governador Antonio José de Souza,
que estava presente.
Desde cedo começou a afluir uma grande multidão, calculada
em torno de 4.000 pessoas. Com um caráter estritamente familiar, a festa mudou
o quadro da principal praça da cidade, uma área que normalmente, após as oito
da noite ficava deserta. Neste dia estava "exuberantemente iluminada e
cheia de vida". O Doutor Varela Santiago, sempre acompanhado de Palmyra
Wanderley e de outras organizadoras, seguiam entre as barracas, agradecendo a
participação de todos.
Várias barracas estavam pela praça, todas com nomes
bíblicos como "Betesda", "Carfanaum", "Jericó" e,
apesar do caráter religioso das festividades, o local mais freqüentado foi à
barraca chamada "Poço do Jacó", por vender bebidas geladas,
principalmente cerveja.
Em locais distintos tocavam as bandas marciais da Polícia
Militar e da guarnição do quartel federal, o 29º Batalhão de Caçadores.
Havia várias atividades atléticas, como um torneio de
"queda de braço" e um concorrido torneio de bilhar, onde se
destacaram os jovens José Wanderley e Francisco Lopes, tendo este último sido o
vencedor.
Em um palco armado foram se apresentando os seresteiros,
cantores e tocadores da cidade, todos amadores. Uma delas foi a
"senhorinha" Edith Pegado, que chamou a atenção de todos por cantar
uma cantiga "roceira" chamada "Sá Zabê do Pará".
Mas a atração principal era "Fabião das
Queimadas". Ao subir no palco com sua inseparável rabeca, o trovador foi
entusiástica e longamente aplaudido e desenvolveu uma apresentação que foi
classificada pela "A Republica" como "magnífica", composta
de "repentes" e "louvoures", que fizeram o deleite do
público natalense naquela noite.
Uma coluna publicada cinco anos depois, por ocasião da
morte de Fabião, mostra a repercussão que esta festa teve. Um articulista que
assinava simplesmente "R.S." escreveu que "Ainda estamos bem
lembrados daquela noite em que promovendo-se nesta capital uma festa, Fabião
das Queimadas improvisava chistosos versos, magníficos na sua rudeza e
simplicidade". O articulista recordava alguns destes versos, que foram
dirigidos aos espectadores mais ilustres, como o governador Antonio de Souza,
Henrique Castriciano, Varela Santiago, Palmyra Wanderley e Eloy de Souza. A
este último, devido a sua herança negra, Fabião soltou uma quadra que terminava
assim; "Se o sinhô num fosse rico, era de nossa famía".
Nos outros dias, poucas notas são divulgadas pela imprensa
sobre a quermesse, fazendo esta festa cair logo no esquecimento. Contudo, ao
observarmos os detalhes existentes na elaboração e desenrolar desta iniciativa,
vemos que as mulheres potiguares, sob o comando com Palmyra Wanderley,
conseguiram muito mais do que a nobre causa de angariar fundos para o hospital
do Dr. Varela Santiago. Com uma só ação, Palmyra e as outras mulheres, muitas
certamente sem nem ao menos perceber o que estavam fazendo, atingiam em cheio
aspectos negativos que permeavam a sociedade potiguar da sua época.
Quem busca conhecer com maior profundidade o pensamento da
sociedade potiguar do final da década de 10 e início dos anos 20 do século
passado, encontra fortes traços de preconceito contra a mulher, machismo,
racismo e a pouca referência sobre as camadas populares e suas manifestações
tradicionais. Evidente que não seria esta quermesse de Natal de 1923 que
mudaria uma sociedade com arraigados e antigos valores, mas iniciativas como
esta ajudavam a criar mudanças.
Para Fabião, ao tocar na capital, não fez nada diferente do
que estava acostumado a fazer nas casas e nas feiras dos povoados do sertão, e
nem poderia ser de outra forma. Fabião cantou a sua idéia de Mundo, as coisas
da sua terra, da sua gente, trazendo para Natal, através dos seus versos, o que
ele conhecia do sertão e assim se perpetuando na nossa memória.
Fabião das Queimadas morreu em 1928, aos sessenta e oito
anos, de tétano, em uma pequena fazendola de sua propriedade, chamada
"Riacho Fundo", próximo a Serra da Arara e ao Rio Potengi, na atual
cidade de Barcelona (RN).
A história de um dos maiores
poetas potiguares que viveu e está sepultado em Barcelona
por
Adriano Costa
Fabião Hermenegildo Ferreira da Rocha, popularmente
conhecido por Fabião das Queimadas nasceu em 1848, na fazenda Queimadas
município de Santa Cruz. Depois a fazenda pertenceu aos atuais territórios dos
municípios de São Tomé e Barcelona. Com a criação do município de Lagoa de
Velhos em 1962, a fazenda passou a pertenceu ao território do novo município.
Mas posteriormente, Fabião veio a residir sucessivamente nos municípios de São
Tomé, Sítio Novo e finalmente em Barcelona.
O folclorista Câmara Cascudo, no seu livro "Vaqueiros e Cantadores",
descreve-lhe o tipo físico do poeta. Ele era um negro baixo, entroncado,
robusto, de larga cara "apratada" e risonha, nariz de congolês. Tinha
os olhos tristes de escravo, conservava a dentadura intacta e um bom - humor
perene.
Nascido escravo, o notável poeta pertenceu ao major José
Ferreira da Rocha, nas Queimadas das férteis terras de Lagoa de Velhos. Fabião,
começou a vida como agricultor e vaqueiro. Há uma grande suspeita de que o
poeta é filho de José Ferreira com uma escrava. Porém, foi encontrado pelo
pesquisador Hugo Tavares Dutra na Arquidiocese de Natal, a certidão de
casamento de Fabião datada de 17 de novembro de 1881, na qual consta que este
era filho de um escravo chamado Vicente. Mesmo assim, a possibilidade do poeta
ser filho de José Ferreira não está descartada.
Com dez anos o poeta já cantava. Aos dezoito anos de idade,
o poeta não se conteve e com algumas economias que fez no trabalho da
agricultura, juntando dinheiro vendendo couro de animais, mel, legumes e frutas
que plantava conseguiu comprou uma rabeca, pois essa rabeca passava a ser um
instrumento não musical, mas com ela saiu cantando e tocando suas toadas e seus
repentes pelas vaquejadas, pelas casas e povoados simples de sua região. Note o
amor com que o poeta dedica esta redondilha ao seu instrumento:
"Essa minha
rabequinha
É meus pés e minhas mãos
É meu roçado me mio
Minha pranta de feijão
Minha criação de gado
Minha safra de algodão."
Com esse propósito o poeta conseguiu ganhar dinheiro o
suficiente para comprar a sua própria liberdade por 800$000 (oitocentos mil
réis) e posteriormente a de sua mãe Antônia por 100$000, Antônia e de uma
sobrinha, Joaquina Ferreira da Silva por 400$000, conhecida como
"Sinhaninha" com a qual o poeta casou e tiveram quinze filhos.
"Quando
forrei minha mãe
A lua saiu mais cedo
Pra clarear o caminho
De quem deixava o degredo"
Ao dizer "forrei" o poeta faz uma referência à
compra da carta de alforria de sua mãe com o dinheiro que ganhava tocando
rabeca.
Para se ter uma idéia da facilidade com que o poeta
versificava de improviso sabe-se que num dia de chuva em Barcelona o poeta
fazia compras no armazém de Oscar Marinho de Carvalho. Como as embalagens eram
de papel, ele resolveu esperar a chuva passar. O comerciante então lhe fez um
desafio prontamente aceito pelo poeta - Fabião, diga-me uns versos que terminem
com "adeus minhas encomendas que você pode levar sua feira de graça.
Fabião tirou o seu chapelão e olhando para a chuva que caia lá fora recitou
algo que até a criação da PORTAL VIRTUAL BARCELONA permanecia inédito:
"Numa chuva
com relâmpago,
Não há trovão que não gema
Nosso patrão tá dizendo:
Adeus minhas encomendas".
Considerado o primeiro rabequeiro de que se tem notícia no
Rio Grande do Norte, Fabião era figura conhecida no interior do Estado, Fabião
das Queimadas não era cantador de feiras. Cantava na casa dos amigos e dos
ricos, com ou sem remuneração alguma. Tinha verdadeira paixão pelas vaquejadas.
Era uma espécie de repórter. Gostava de acompanhar os vaqueiros na captura de
um barbatão e assistia a uma vaquejada observando atentamente todos os lances
para melhor se inspirar nos seus bonitos versos. Sabia contar todos os
acidentes ocorridos e, como era bom poeta ee cantador, encarnava-se no cavalo
ou na rês. Além dos chamados romances da literatura de cordel, também gostava
de fazer trovas de improviso. Usava habitualmente um inseparável chapéu de
couro, símbolo do vaqueiro nordestino.
Fabião tinha uma verdadeira admiração pelo famoso cavalo
Castanho da fazenda Divisão, encravada no município de São Paulo do Potengi.
Contam que, ao saber da morte do "Castanho da Divisão", encarnou-se
no animal e disse de improviso a seguinte trova:
"Gostei de
correr o gado
Quando eu tinha boa esteira.
Novilha, boi, vaca e touro
Pra mim não tinham carreira".
Conta Sátiro Adelino Dantas que,nos idos de 1920, o poeta do Potengi resolveu
fazer uma visita ao coronel José Bezerra de Araújo Galvão, o todo-poderoso
coronel Zé Bezerra da Aba da Serra. 0 coronel não se encontrava em Currais
Novos. Estava invernando na famosa fazenda Aba da Serra. Fabião não perdeu
tempo. Viajou imediatamente até o solar do velho patriarca do Seridó. Lá
chegando, foi recebido fidalgamente pelo coronel e seus familiares. Conversa
vai, conversa vem, lá pras tantas um amigo do coronel solicitou ao poeta fazer
um elogio em versos ao coronel José Bezerra. Fabião, então, improvisou a
seguinte sextilha:
"Aqui na Aba
da Serra
Não é pra ninguém subir.
Só se fôr de Currais Novos,
Ou então do Acari,
Ou Fabião das Queimadas,
Poeta do Potengi."
Câmara Cascudo convidou o poeta para fazer um passeio.
Através do folclorista, o poeta conheceu muita gente importante da capital e no
interior. Pessoas como o governador Ferreira Chaves e Eloi de Souza. Este
último, grande admirador da inteligência e dos versos inspirados do poeta
popular. Eloy providenciou que fosse tirada uma foto do poeta, que hoje é sua
única foto conhecida. O poeta dos vaqueiros foi estudado por Ariano Suassuna e
Orígenes Lessa, além de ter sido musicado por Antônio Nóbrega.
Em 1910, Alberto Maranhão (1872 - 1944) era governador do
Rio Grande do Norte e estava invernando na sua fazenda Cachoeira, localizada no
atual município de São Paulo do Potengi. 0 governador era um homem enamorado da
poesia. O poeta chegou a cantar até no Palácio do Governo. Fabião era quase
vizinho do Alberto Maranhão, pois sua pequena propriedade Riacho Fundo ficava a
poucos quilômetros da fazenda Cachoeira.
Certo dia, Fabião das Queimadas apareceu para fazer uma
visita a Alberto Maranhão. 0 anfitrião solicitou a Fabião que cantasse alguns
romances sertanejos. 0 poeta atendeu de imediato a solicitação do governador.
Acompanhando-se da sua famosa rabeca, cantou alguns romances. Depois, passou a
declamar quadrinhas.
Outra vez, também na residência oficial do Governador,
saudou com esta quadra o Senador Elói de Sousa, um dos grandes vultos da
política de então, o qual não se envergonhava do sangue negro que lhe corria
nas veias:
"Seu doutô
Elói de Sousa,
Minha mãe sempre dizia,
Se o senhô não fosse rico,
Era da nossa famia."
Fabião tinha muita estima por seus filhos. Filipe Ferreira
da Silva, ou Filipe Fabião, e Fabião Filho, ou Fabião Novo. O primeiro
dedicou-se desde muito moço ao trato com a terra. O segundo era o caçula da
família. Fabião Filho era um menino vivo, inteligente e despontava alguma
vocação poética O velho Fabião tinha esperança de que o seu caçula fosse um dia
o seu substituto na arte da poesia. Tanto que uma vez fez a seguinte trova:
"Eu sou o
Fabião véio,
Divertimento do povo;
Morrendo Fabião véio,
Vai ficá Fabião novo."
Para decepção do velho poeta. Fabião Filho começou a
apresentar sintomas de loucura, doença que progredia cada vez mais. Doente e
acabado, esperando a visita da morte a qualquer momento, Fabião das Queimadas
fez o seu último verso em sextilha, cujo teor é o seguinte:
"Quando
ouvirem falá
Que Fabião véio morreu,
Todos pode acreditá
Que a semente se perdeu:
De muitos fio que tive
Nenhum saiu que nem eu".
Encontro entre Fabião das Queimadas e Castro Alves alguma
relação. Fabião nasceu escravo em 1848 e foi o poeta dos vaqueiros. Castro
Alves, nascido em 1847, foi o poeta dos escravos. A instrução e os anos de vida
é que foram muito diferentes entre os dois. Fabião, quase analfabeto, morreu
com 80 anos. Castro Alves, estudante de Faculdade, tinha apenas 24 anos ao
falecer.
Fabião das Queimadas morreu aos 80 anos de idade, em 1928,
na sua pequena propriedade chamada Riacho Fundo em Barcelona vitimado pelo
tétano quando se feriu num espinho de macambira quando viajava montado em um
burro. O poeta está enterrado no cemitério local de Barcelona. Fabião Filho
continuou a definhar e, pouco tempo depois, também morreu. Tinha 26 anos de
idade.
Fabião das Queimadas deixou inúmeros romances sobre bois e
cavalos de sua região, como A Vaca Malhada e o Boi Mão de Pau, dentre outros
que ele cantava e sempre acompanhado da sua inseparável rabeca.
Nas suas cantorias sempre repetia o seu "Redondo,
Sinhá", que era uma espécie de coro. Em determinados versos, também servia
de prefixo. Fabião era analfabeto, por isso gostava de ditar para alguém
escrever versos ou quadrinhas de sua autoria. Calcula-se que tenha extraviado
90% de sua produção. É lamentável, mas infelizmente o folclore do Rio Grande do
Norte muito perdeu da literatura de cordel do famoso poeta dos vaqueiros.
Fiel ao ditado que diz que santo de casa não obra milagre
Fabião, um dos maiores poetas populares do Brasil, não tem nada em sua
homenagem em Barcelona. Nenhuma rua, praça, biblioteca ou escola.
"À memória de
meu pai que tendo sido assassinado também preferiu a morte à desonra, a 9
de outubro de 1930"
Corre a serra Joana Gomes
Galope desesperado:
Um Touro se defendendo,
Homens querendo humilhá-lo,
Um touro com sua vida,
os homens em seus cavalos.
Cortava o gume das pedras
Um bramido angustiado ,
Se quebrava nas caatingas
Um galope surdo e pardo
E os cascos pretos soavam
Nas pedras de Fogo alado,
Enquanto o clarim da morte,
Ao vento seco e queimado,
Na poeira avermelhada
Envolvia os velhos cardos.
Os negros cascos soavam
Em chamas de fogo alado!
Rasgavam a serra bruta
Aboios mal arquejados
E, nas trilhas já cobertas
Pelo pó quente e dourado,
Um gemido de desgraça
Um gemido angustiado:
- "Adeus, Lagoa dos Velhos,
Adeus, vazante do gado!
Adeus, serra Joana Gomes
E cacimba do Salgado!
O touro só tem a vida:
Os homens tem seus cavalos".
O galopar recrescia.
Brilhavam Ferrões farpados
E algemas de baraúna
Para o touro preparados.
Seu Sabino tinha dito:
- "Ele há de vir amarrado"!
Miguel e Antônio Rodrigues
De guarda-peito e encourados,
Na frente do grupo vinham,
Montados em seus cavalos
De pernas finas, ligeiras,
Ambos de prata arreados.
E, logo à frente, corria
O grande touro marcado
Manquejando sangue limpo
Nos caminhos mal rasgados,
Cortadas as bravas ancas
Por ferrões ensangüentados.
A serra se despenhava
Nas asas de seus penhascos
E a respiração fogosa
Dos dois fogosos cavalos
Já requeimava, de perto,
As ancas do manco macho
Quando ele, vendo a desonra,
Tentando subjugá-lo,
Mancando da mão preada
Subiu num rochedo pardo:
Num grito, todos pararam,
Pelo horror paralisados,
Pois sempre, ao rebanho, espanta
Que um touro do nosso gado
Às teias da fama-negra
Prefira o gume do fado.
E mal seus perseguidores
Esbarravam seus cavalos,
Viram o manco selvagem
Saltar do rochedo pardo:
Houve um grande torvelinho
De terno olhar assustado
E de aspas enfurecidas
Reviradas para o alto.
E o touro lançou seu último
Bramir de morte encrespado:
_"Adeus, Lagoa dos Velhos!
Adeus, vazante do gado!
Adeus, serra Joana Gomes
E cacimba do Salgado!
Assim vai-se o touro manco,
Morto mas não desonrado"!
Silêncio. A serra calou-se
No poente ensangüentado.
Calou-se a voz dos aboios,
Cessou o troar dos cascos.
E agora, só, no silêncio
Deste Sertão assombrado,
O touro sem sua vida,
Os homens em seus cavalos.
Ariano Suassuna
( baseado nos versos de Romance do boi mão de pau de Fabião das Queimadas
)
A
MORTE DE FABIÃO DAS QUEIMADAS
Por Luiz
Antonio Simas
O poeta Fabião das
Queimadas, ex-escravo, analfabeto, rabequeiro e cantador, imaginou, na hora da
morte, estar assistindo aos vaqueiros Miguel e Antonio Rodrigues perseguirem o
Manco Macho, touro mão-de-pau, valente e valoroso gado:
Corre a Serra Joana Gomes
galope desesperado:
um touro se defendendo,
homens querendo humilhá-lo,
um touro com sua vida,
os homens em seus cavalos.
E Fabião viu os vaqueiros, cumprindo a ordem de Seu Sabino, preparando ferrões
farpados e algemas de baraúna para prender o touro brabo. E viu quando o bicho,
manquejando ensanguentado, com as ancas rasgadas pelos ferrões, desafiou os
perseguidores:
A Serra se despenhava
nas asas de seus penhascos
e a respiração fogosa
dos dois fogosos cavalos
já requeimava, de perto,
as ancas do Manco macho
quando ele, vendo a desonra,
tentando subjugá-lo,
mancando da mão preada
subiu num rochedo pardo.
E o touro brabo era Frei Caneca, Tiradentes, Delmiro Gouveia, Carlos Mariguela,
Sepé Tiaraju, Pedro Ivo, João Candido... Num grito todos pararam,
pelo horror paralisados,
pois sempre, ao rebanho, espanta
que um touro do nosso gado
às teias da fama-negra
prefira o gume do fado.
E mal seus perseguidores
esbarravam seus cavalos,
viram o Manco selvagem
saltar do rochedo pardo.
E Fabião das Queimadas percebeu, nos silêncios da indesejada das gentes, que o
touro brabo era ele, o poeta das vaquejadas, o escravo de seu Zé Ferreira, o
homem que comprou, cantando, sua liberdade. E Fabião cantou, como o Manco no
rochedo pardo:
"-Adeus, Lagoa dos Velhos!
Adeus, vazante do gado!
Adeus, Serra Joana Gomes
e cacimba do Salgado!
Assim vai-se o touro manco,
morto mas não desonrado!"
E na hora das incelenças, ouviu-se, no lamuriar das carpideiras, um aboio
longo, comprido, de vaqueiro triste, anunciando que o poeta Fabião das
Queimadas, cantor do povo, rabequeiro de feira, tinha finalmente encontrado seu
Touro brabo, de olhar incendiado, no Orum misterioso das almas valentes:
Silêncio. A Serra calou-se
no poente ensanguentado.
Calou-se a voz dos aboios,
cessou o troar dos cascos.
E agora, só no silêncio
desse Sertão assombrado,
o Touro sem sua vida,
os homens em seus cavalos.
ps: Fabião Hermenildo
Ferreira da Rocha, o Fabião das Queimadas, morreu ao oitenta anos de idade em
Santa Cruz, Rio Grande do Norte, no ano de 1928. Poeta maior da sua gente,
deixou obra assombrosa sobre vaquejadas e romances de gado. A Morte do Touro
Mão-de-Pau é seu canto mais famoso, tendo sido , inclusive, recriado pelo
mestre Ariano Suassuna. Meus respeitos e minha vela de sete dias no altar da
pátria ao poeta do povo.
Em
terras pertencentes a Carlos da Rocha, nos idos de 1706, no riacho dos Velhos
que desaguava no rio Potengi, teve início o povoamento da área. A propriedade
chamada popularmente de Lagoa de Velhos é banhada pelo riacho São Pedro, um
afluente da ribeira do Potengi.
As
terras da localidade podem ter sido incluídas nas sesmarias pertencentes a dona
Joana Gomes Freire, grande latifundiária da região por volta de 1754, chegando
a dar o seu nome à serra de Joana Gomes.
No
ano de 1830, o proprietário da localidade chamava-se José Correia, mas João
Anselmo veio a ser o primeiro morador do sítio, em 1837, onde se erguera o
futuro núcleo populacional.
Há
uma tradição dos mais antigos da localidade de que um casal de velhos morava às
margens da lagoa, entre os anos de 1800 e 1820, e a referência do povo sobre a
presença deles na área serviu de batismo para o povoado. Mas é forte a
influência no nome do provoado, posteriormente cidade, a partir do nome do
riacho chamado dos Velhos por volta de 1706.
Lentamente,
o povoado foi crescendo. Em 1862, Lagoa de Velhos já era uma fazenda
desenvolvida e famosa na região, contando com vários aspectos de uma povoação
simples.
Em
11 de maio de 1962, através da Lei nº 2.797, Lagoa de Velhos foi desmembrado de
Sítio Novo, tornando-se município do Rio Grande do Norte.
Gentílico:lagoa-velhense
Formação Administrativa
Elevado
á categoria de município com a denominação de Lagoa de Velhos, pela lei
estadual nº 2797, de 11-05-1962, desmembrado de Sítio Novo. Sede no atual
distrito de Lagoa de Velhos ex-povoado. Constituído do distrito sede. Instalado
em, 20-06-1962.
Em
divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído do
distrito sede.
Assim
permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
Fonte:IBGE
NATAL,
28 DE JANEIRO DE 1999
A
HISTÓRIA NO DIÁRIO OFICIAL – 89
CASA
DE CARIDADE
Na cidade de Lagoa de
Velhos, foi fundada em agosto de 1963 a Casa de Caridade “Nossa Senhora da
Conceição”. Seus Estatutos podem ser lidos no DIÁRIO OFICIAL nº 444 (AnoLXXI),
de sábado, 26 de outubro de 1963. No Art. 1º (Capítulo I)a entidade se auto-define:
“Fica constituída nesta data ‘A CASADE CARIDADE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO’,
destinada a prestar assistência educacional à juventude e à velhice abandonada,
proporcionar-lhes o conforto, quer em regime de internato, quer domiciliar, do
município ou em trânsito.” Sobre a diretoria e sócios, o Art. 3º (Capítulo II)
especificava: “A CASA DE CARIDADE é constituída por uma diretoria de 10
membros, assim discriminados: Presidente; Vice Presidente; 1º Secretário; 2º
Secretário; Tesoureiro; 2º Tesoureiro; Zeladores; Diretor e Vice-Diretor.
Parágrafo Único – Toda a Diretoria será composta de pessoas que professem a
religião Católica Romana, e residentes habitualmente no município.” O Art. 8º
explicava que “para ser sócio da CASA DE CARIDADE deve a pessoa contribuir com
a importância fixada pela diretoria, ficando livre de dar mais que o fixado.” A
Casa de Caridade “Nossa Senhora da Conceição” foi fundada a 14 de agosto de
1963. Sua primeira Diretoria foi a seguinte: Diretor – Padre Manoel Pereira da
Costa; Presidente – Fausta Carvalho de Lira; Supervisor – Doutor Ivo Ferreira
Neto; Vice-Presidente – Joana Ferreira da Silva; Vice-Diretor – Severino Ferreira da Rocha;
Tesoureiro – Pedro Eloi da Silva; 1º Secretário – Antonio Soares de Oliveira;
2º Secretário – João Evangelista Ribeiro; 2º Tesoureiro – Adauto Camilo de
Souza; Zeladores – Sebastião Ferreira Bezerra e Sílvia. O município de Lagoa de
Velhos foi criado a 11 de maio de 1962, pelo governador Aluízio Alves, que o
desmembrou de Sítio Novo, elevando na mesma lei a sede ao predicado de Cidade.
A instalação foi a 20 de junho do mesmo ano, presidido o ato pelo deputado
federal Teodorico Bezerra, que deu a posse à primeira prefeita, nomeada, Fausta
Carvalho de Lira (que seria também a primeira Presidente da Casa de Caridade “Nossa
Senhora da Conceição”). Em seu livro “Nomes da Terra”, Câmara Cascudo conta
um pouco da História do município (inclusive explicando a origem do nome): “Em
1700, Carlos da Rocha possuía terras em um riacho que o gentio denomina DOS VELHOS,
o qual desagoa no Potengi. A propriedade LAGOA DE VELHOS, como vulgarmente é
conhecida, é banhada pelo Riacho São Pedro, afluente na Ribeira do Potengi,
passando igualmente por SÍTIO NOVO. Teria sido incluída em sesmarias de JOANA
GOMES FREIRE, grande latifundiária em 1757, 1764, 1776, dando seu nome à Serra
de Joana Gomes. José Correia era proprietário em 1830 e o primeiro morador, no
sítio da futura cidade, João Anselmo, em 1837. Monsenhor Severino Bezerra
informa-me de uma tradição local, explicando o topônimo. Residia, entre 1800 e
1820, à margem da lagoa, um casal de velhos, cujos nomes se perderam no tempo.
Esses velhos batizaram a região. É preciso não esquecer a denominação dos
velhos já existente em 1706. LAGOA DE VELHOS era fazenda afamada e com
rudimentos de povoação em 1862.” O escritor Aluízio Azevedo publicou em 1984 o
livro “História de Lagoa de Velhos”, onde traz outros detalhes da História do município
nascido das terras de Carlos da Rocha.
Prefeito:Dr. Ivo Ferreira Neto Vice-Prefeito: Solon Solano de Lira Partido PSD, a posse foi no dia 31-01-1964.
O pleito eleitoral foi no dia 15-11-1963, os candidatos: indicado pelo PSD Ivo Ferreira Neto e pela UDN, Francisco Pinheiro Bezerra, encerradas as eleições, num universo de menos de 500 eleitores, Ivo ficou com 82% da preferencia, Três meses após a posse de Ivo Ferreira Neto se instala no país um regime de exceção, através da ditadura militar. O Dr. Ivo Ferreira Neto apresentou a renúncia ao seu mandato, no dia 21 de fevereiro de 1966, sendo empossado na mesma data, o vice-Prefeito Solon Solano de Lira, que completou o periodo administrativo até o final do mandato, no dia 31 de janeiro de 1969. Como teria participado da campanha no início de 1965 e ajudado a aleger o Mnsenhor Walfredo Gurgel, que reconhecendo o seu trabalho convidou o Dr, Ivo para fazer parte do Governo como Diretor de Departamento Agropecuário da Secretaria da Agricultura, onde teria a possibilidade de ajudar não somente a cidade de lagoa de Velhos mas ao povo do Rio Grande do Norte. Durante a gestão dos Prefeitos Ivo Ferreira Neto e Solon Solano de Lira foram executadas as seguintes obras: Instalação de energia eletrica térmica na cidade; Construção de dois açudecos, sendo um na zona urbana e outro na Fazenda Bom Descanso; Construção do primeiro trecho de calçamento na cidade; Perfuração de dois poços tubulares no território municipal; Construção, com recurso de MEC, de dois prédios escolares, sendo um na sede municipal e outro na Fazenda Bom Descanso; Treinamento para professores municipais; Treinamento para parteiras, na Maternidade Januário Cicco, em Natal; Serviço de recuperação de estradas municipais; Deu condições minimas para o funcionamento da prefeitura Municipal, que não dispunha de equipamentos e móveis em suas instalações. O Poder Legislativo A instalação da Camará Municipal de Lagoa de Velhos foi realizada no dia 31 de janeiro de 1964, em ato solene, que foi presidido pelo Exmo. Sr. Juiz Eleitoral da 5ª zona, em substituição legal, o Bel. Lourival Medeiros.Estiveram presentes aquela solenidade delegações de vários municípios vizinhos, que foram prestigiar o grande acontecimento. A 1ª Legislatura com posse no dia 31-01-1964 tendo como presidente o vice Prefeito Solon Solano de Lira. Vereadores: 1 - Antonio Ferreira da Silva 2- Augusto Nicolau dos Santos 3- Francisco Chagas de Carvalho 4- Francisco de Assis Fonseca 5- Francisco Pinheiro Borges 6- Jaime Anario Bezerra 7- José Francisco da Costa 8- Miguel Alves da Silva 9 -Pedro Nolasco de Almeida 10- Sebastião de Souza Neves